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As recentes chuvas que assolam o estado do Rio Grande do Sul estão desencadeando uma preocupação crescente em relação à saúde pública, alerta a infectologista Stephanie Scalco. Em meio às inundações, a população enfrenta não só os perigos das águas contaminadas, mas também o risco iminente de surtos de doenças fatais e a propagação da dengue.

O contato com a água contaminada, especialmente misturada com urina de ratos, pode resultar em leptospirose, uma condição potencialmente fatal, adverte Scalco, que atua como gestora médica do Serviço de Controle de Infecção do Hospital Ernesto Dornelles, na capital gaúcha. Além disso, a estagnação da água propicia o ambiente ideal para a proliferação do mosquito transmissor da dengue. Até o momento, as tempestades já provocaram um trágico saldo de 85 mortes no estado.

“As águas que invadem as cidades trazem consigo uma mistura perigosa de esgoto e detritos, aumentando significativamente o risco de contrair doenças como hepatite A, gastroenterite viral e bacteriana, leptospirose e parasitoses intestinais”, explica a especialista.

A gravidade das enfermidades relacionadas à exposição à água contaminada é acentuada pela rápida manifestação dos sintomas, que incluem diarreia, vômito e mal-estar, podendo surgir dentro de 24 horas após o contato. No caso da leptospirose, o período de incubação pode se estender de três a 20 dias, com potencial letalidade em casos mais graves, especialmente em grupos vulneráveis como idosos e crianças.

Para mitigar os riscos, a infectologista enfatiza a importância de evitar o contato com as águas das enchentes sempre que possível. Caso inevitável, medidas de proteção como cobrir ferimentos abertos, limitar o tempo de exposição submersa e usar roupas que protejam a pele são recomendadas.

Em meio à calamidade, a Sociedade Brasileira de Infectologia, em conjunto com autoridades de saúde, recomenda o uso de antibióticos como doxiciclina ou azitromicina para indivíduos expostos prolongadamente às águas das enchentes, visando prevenir complicações decorrentes de infecções.

Além das preocupações com as doenças relacionadas à água, a proliferação do mosquito transmissor da dengue é uma ameaça iminente. O aumento dos casos de dengue é uma realidade preocupante no estado, com 126 mortes já registradas em 2024, conforme relatos da Secretaria Estadual de Saúde.

Enquanto o estado tenta lidar com as consequências das chuvas, que já são consideradas o maior desastre climático da história gaúcha, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o número de vítimas continua a aumentar. Com 85 mortos e 134 desaparecidos até o momento, e a previsão de mais chuvas nas próximas semanas, a situação permanece crítica em diversas regiões.

Diante desse cenário desafiador, as autoridades de saúde reforçam a importância da prevenção e da adoção de medidas de segurança para minimizar os riscos à saúde pública e enfrentar os desafios impostos pelos desastres naturais.

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