Na manhã desta terça-feira (6), uma mulher de 39 anos foi presa em Argirita, na Zona da Mata mineira, sob suspeita de envolvimento em alistamento eleitoral fraudulento e coação de eleitores. A prisão foi resultado de uma operação da Polícia Civil, realizada em conjunto com o Ministério Público, que já vinha investigando o caso desde abril deste ano.
De acordo com as informações divulgadas pela Polícia Civil, a mulher estaria recrutando moradores da cidade de Leopoldina para que transferissem seus títulos de eleitor para Argirita. A transferência era facilitada mediante a apresentação de comprovantes de residência e cartões de vacinação falsificados, e, em troca, os eleitores receberiam cestas básicas.
O delegado André Luis Dias Lima, responsável pela investigação, destacou que a suspeita também teria tentado influenciar testemunhas. Segundo ele, a mulher ofereceu dinheiro para que as testemunhas alterassem seus depoimentos e propôs a troca de seus celulares, que continham provas das conversas relacionadas aos crimes, por novos aparelhos.
Além da prisão, a operação também cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em diversos locais da cidade, incluindo os bairros Cohab, Centro e Pôr do Sol. As buscas foram realizadas em endereços associados a três outros indivíduos sob investigação: uma mulher de 37 anos e dois homens, de 27 e 70 anos, respectivamente.
A ação policial é parte de um esforço mais amplo para combater fraudes eleitorais na região, especialmente em um ano que antecede o calendário eleitoral. O fornecimento de documentos falsos e a coação de eleitores são práticas que podem comprometer a integridade do processo eleitoral e são puníveis por lei.
O Ministério Público e a Polícia Civil seguem com as investigações para identificar outros possíveis envolvidos e aprofundar a coleta de provas que sustentem as acusações. As autoridades reforçaram que denúncias anônimas de eleitores contribuíram para o avanço das investigações.
A mulher detida poderá responder por diversos crimes, incluindo falsidade ideológica, corrupção eleitoral e coação no curso do processo, dependendo do avanço das investigações e das provas apresentadas. Se condenada, ela poderá enfrentar penas significativas, que podem incluir reclusão.
A Justiça Eleitoral e o Ministério Público destacaram a importância de assegurar eleições justas e transparentes e reiteraram o compromisso de investigar quaisquer irregularidades que ameacem a lisura do processo democrático.