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Ouro Preto: Jóia da Estrada Real, agora Monumento Nacional – Foto/Reprodução: Xará

Minas Gerais, um estado que abriga mais de 60% do patrimônio histórico do Brasil, celebra uma conquista monumental, com a concessão do título de Monumento Nacional à lendária Estrada Real. Essa distinção de grande importância foi oficializada na última sexta-feira (20), quando a Lei 14.698 de 2023 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

A Estrada Real, com seus impressionantes 1.630 quilômetros de extensão, traça uma rota histórica que atravessa os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O coração dessa joia do patrimônio brasileiro repousa em solo mineiro, uma vez que 169 dos 199 municípios ou distritos que compõem essa rota icônica estão em terras mineiras. Destaque especial é dado a Ouro Preto, a primeira cidade brasileira a receber o cobiçado título de Patrimônio Mundial pela UNESCO, um reconhecimento concedido em 1980.

A consagração da Estrada Real como um Monumento Nacional é um passo significativo na valorização das tradições culturais, na promoção da identidade regional e no estímulo ao empreendedorismo. Nos quatro principais itinerários da Estrada Real – o Caminho Velho, Caminho do Sabarabuçu, Caminho Novo e Caminho dos Diamantes – cerca de 40 preciosos locais são tombados e protegidos pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), situados em 21 municípios mineiros.

Os municípios de Barbacena, Caeté, Carandaí, Catas Altas, Caxambu, Conceição do Mato Dentro, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Diamantina, Entre Rios de Minas, Juiz de Fora, Mariana, Ouro Branco, Ouro Preto, Passa Quatro, São Lourenço, Sabará, Santa Bárbara, Santos Dumont, Serro e Simão Pereira são os guardiões desses tesouros históricos.

O tombamento desses locais pelo Iepha ocorreu na década de 1980, marcando um compromisso duradouro do estado de Minas Gerais em preservar sua rica história e fortalecer o turismo. Ademais, dos quatro sítios mineiros que ostentam o reconhecimento da UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, três deles estão intrinsecamente ligados à Estrada Real: o acervo arquitetônico e artístico do centro histórico de Ouro Preto, o centro histórico de Diamantina e o Santuário do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas.

O Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, destacou que o título de Monumento Nacional atribuído à Estrada Real impulsiona o estado como um destino cultural e turístico de excelência. “Essa qualificação reforça Minas Gerais como um destino repleto de atrações, indo além do nosso rico patrimônio histórico para abranger a cozinha mineira, tanto clássica quanto contemporânea, bem como as deslumbrantes cachoeiras e paisagens naturais que nosso estado oferece. Assim, o potencial turístico e econômico da região será amplificado com esse reconhecimento”, enfatizou Oliveira.

A Estrada Real evoca a era do Brasil colonial, remontando ao século XVIII, quando a Coroa Portuguesa a concebeu para oficializar e facilitar o transporte de ouro e diamantes de Minas Gerais para os portos do Rio de Janeiro. O crescimento social e econômico de Minas Gerais está entrelaçado com a história da Estrada Real, já que vilarejos e distritos que se desenvolveram ao longo de seu trajeto, posteriormente, se tornaram cidades de diversos tamanhos. O trânsito de pessoas e mercadorias ao longo dessa rota histórica deu origem a complexas relações entre diferentes grupos sociais.

A Lei 14.698, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 20 de outubro, teve origem no projeto de lei (PL) 1.854/2021, apresentado pelo deputado federal Reginaldo Lopes. A matéria foi aprovada pela Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado em setembro, com o senador mineiro Carlos Viana atuando como relator do projeto. Essa nova distinção honra o rico legado histórico de Minas Gerais e promete fortalecer ainda mais a herança cultural e turística do estado.

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