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Moeda Digital Brasileira “Drex” avança rumo à implementação – Foto/Reprodução: Internet

O Brasil dá mais um passo em direção à modernização do sistema financeiro com o anúncio do Banco Central sobre a criação da moeda digital brasileira, que receberá o nome de “Drex“. A moeda virtual está atualmente em fase de testes desde março deste ano, com as primeiras operações simuladas programadas para iniciar em setembro. A previsão é de que o Drex seja amplamente acessível ao público até o final de 2024.

O Drex, também conhecido como real digital, é projetado para impulsionar oportunidades de negócios e fomentar a inclusão financeira, proporcionando um ambiente seguro e praticamente à prova de fraudes. O Banco Central destaca que a moeda será inicialmente usada no cenário atacadista para serviços financeiros, assemelhando-se ao sistema de transferências instantâneas PIX, que foi introduzido em 2020. Essa plataforma facilitará transações de grande valor e com diferentes propósitos, exigindo que os usuários convertam reais em Drex para enviar dinheiro e realizem o processo inverso para receber fundos.

A Revolução do Drex

O Drex, também referido como CBDC (Central Bank Digital Currency), representará uma versão eletrônica do papel-moeda, adotando a tecnologia blockchain que é a base das criptomoedas. A sua paridade será mantida com a moeda física, com a garantia de valor pela autoridade monetária, tornando cada R$ 1 equivalente a 1 Drex.

O uso do blockchain, um banco de dados seguro, eficiente e transparente, confere ao Drex uma resistência significativa contra ataques cibernéticos e adulterações. Esta tecnologia opera como uma série de blocos criptografados, cada um conectado ao anterior, garantindo a integridade dos registros e eliminando a possibilidade de alterações não autorizadas.

Diferenciação das Criptomoedas Convencionais

Ao contrário das criptomoedas tradicionais, que flutuam no valor de acordo com a oferta e demanda e são voláteis, o Drex estará vinculado às moedas oficiais e, portanto, seu valor seguirá a taxa de câmbio diária determinada pelos fundamentos econômicos e políticas dos países. Isso assegura uma maior estabilidade em comparação com criptomoedas independentes, como Bitcoin e Ethereum, que podem sofrer flutuações abruptas de preço.

Além disso, o processo de produção do Drex difere das criptomoedas convencionais. Enquanto a mineração de criptomoedas como o Bitcoin consome quantidades significativas de energia, o Drex será criado pelo próprio Banco Central, garantindo sua paridade com o real.

Drex e PIX: Duas Faces da Modernização Financeira

Enquanto ambos compartilham semelhanças ao permitir transações instantâneas entre instituições financeiras, o Drex e o PIX possuem diferenças notáveis. O PIX lida com transações em reais, obedecendo a limites de segurança estabelecidos pelo Banco Central e instituições financeiras. Por outro lado, o Drex utiliza a tecnologia blockchain, semelhante à das criptomoedas, permitindo transações de maior valor e sem fronteiras.

O Futuro das Transações Financeiras no Brasil

O Drex não apenas permitirá serviços financeiros tradicionais, como transferências e pagamentos, mas também abrirá portas para inovações como a compra de títulos públicos e contratos inteligentes. A colaboração de consórcios, como o formado pela Caixa Econômica Federal, Microsoft do Brasil e Elo, promete levar a benefícios sociais instantâneos e pagamentos simplificados.

Previsto para chegar ao público em algum momento entre o final de 2024 e início de 2025, o Drex será inicialmente utilizado entre instituições financeiras, com as operações sendo realizadas através de carteiras virtuais. Os passos são claros: os usuários converterão reais em Drex em suas carteiras virtuais, operadas por uma variedade de entidades financeiras. Após a conversão, o Drex poderá ser transferido usando a tecnologia blockchain. O receptor pode, então, converter a moeda digital de volta para reais e realizar saques.

Testes e Implantação Progressiva

Desde março, o Banco Central iniciou testes utilizando a plataforma Hyperledger Besu, escolhida por seu código aberto e custos acessíveis. Dezesseis consórcios foram selecionados para o projeto piloto, visando construir sistemas conectados ao Hyperledger Besu e desenvolver soluções financeiras inovadoras. Os testes serão conduzidos em etapas até pelo menos fevereiro do próximo ano, com foco na segurança e na agilidade das operações.

Os ativos a serem testados incluem reservas bancárias, depósitos de liquidação, depósitos do Tesouro Nacional e títulos públicos federais, demonstrando a ampla gama de aplicações do Drex.

A moeda digital brasileira, o Drex, promete revolucionar a maneira como os brasileiros realizam transações financeiras, introduzindo segurança, eficiência e inovação em um sistema financeiro em constante evolução.

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